Haja kbça p/ tanta 9idade

28/10/2010 19:35

Se o leitor já passou dos 30 ou não tem adolescentes na família, pode achar que há algo errado com o título acima. Essa é apenas a forma enxuta e rápida de dizer: Haja cabeça para tanta novidade. E é assim que boa parte dos internautas se comunica. Twitter, MSN, facebook, torpedos enviados por celulares, orkut e tantas outras ferramentas de comunicação modernas trouxeram à tona uma mudança na escrita. Os internautas têm pressa, por isso acharam uma maneira rápida, econômica e eficiente de se comunicar.

É bom os pais e educadores, que se descabelam com essas abreviações da língua portuguesa, irem se acostumando, pois a linguagem cifrada acaba de tornar-se parte da comunicação no dia-a-dia.

O assunto divide opiniões. “Enquanto essa grafia cifrada for usada só em ambiente de internautas, tudo bem, é mais uma modalidade gráfica da gíria. Extrapolar isso ao grande público é um assalto à integridade do idioma”, diz o filólogo Evanildo Bechara da Academia Brasileira de Letras. Seria uma questão de praticidade e economia ou desconhecimento? Para os linguistas, a escrita cibernética é mais uma forma de comunicação. “Os jovens estão crescendo nessa linguagem funcional. Se eles usam um meio eletrônico é porque querem ser rápidos. Não vejo perigo”, diz a professora Eni Orlandi, do Instituto de Estudos da Liguagem da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). “É um código a mais para os jovens conversarem. A língua é maleável e se constrói com as necessidades da história. Não é para mim. Olho a tela do computador das minhas filhas e não entendo nada”, diz Lúcia Teixeira, liguista da Universidade Federal Fluminense.

Gostando ou não de tanta rapidez, é bom se familiarizar com os novos tempos. Vc pode ser o próximo a receber uma msg dessas.

 

- Texto adaptado de: Ciência, tecnologia & meio ambiente, 16 mar. 2005.

 

Eis aí os desafios da “sala de aula moderna”. Como assim sala de aula moderna? Os antigos métodos de aprendizagem já estão desgastados, velhos! O professor precisa agora reinventar a aula todos os dias. O desafio é tornar a sala de aula interessante aos olhos do estudante. Falar a mesma linguagem, tá ligado?

As escolas estão mais equipadas com os aparatos tecnológicos (laboratório de informática, salas de projeção, notebooks). A aula precisa ser adaptada ao uso destes novos recursos que já fazem parte do cotidiano dos jovens e crianças. Muito além de conectar os estudantes à internet, há a necessidade de conectá-los ao conhecimento.

As escolas precisam estar preparadas para alinhar tecnologia e conhecimento. Tarefa árdua e que muitas instituições de ensino têm fracassado neste processo. Não só no Brasil, mas na França, por exemplo, um país desenvolvido e com escolas bem estruturadas tecnologicamente, um grupo de docentes não soube o que fazer com aquele monte de computadores que chegaram à escola. Resultado: eles ficaram guardados na caixa, até arranjarem uma utilidade para aqueles aparelhos.

A palavra agora é inclusão. Ter um computador não significa, necessariamente, inclusão digital. Nas grandes e pequenas cidades este processo de inclusão tem ficado a cargo dos ambientes exclusivos de acesso à grande rede mundial de computadores: as “lan-houses”. As lan-houses possuem algo que falta ainda às escolas: utilidade prática e diversão. Os jovens se sentem atraídos por este ambiente tão infestado de mentes iguais as deles, e que principalmente, compartilham do mesmo gosto.

A internet oferece a múltipla comunicação. Dentro dela, as múltiplas funcionalidades – “um mundo dentro do outro”. E é este mundo que tem atraído instituições públicas, grandes empresas e principalmente os jovens. Estar incluso é sentir-se parte de algo – grupo, sociedade, comunidade, – que compartilham o mesmo gosto, as mesmas atividades.

O noticiário tem sido a prova de que muitas vezes o laboratório de informática dentro de uma escola é apenas o “laboratório de informática da minha escola”, diriam os jovens. Por quê? Este lugar só seria utilizado para pesquisar os artigos da Wikipedia para os trabalhos de geografia, história, português... Nada além disso. A lan-house (ou CyberCafé) têm sido os refúgios dos estudantes entediados com o conteúdo de gramática que apresenta um monte de regras para a escrita de um texto. “No orkut eu não preciso acentuar a palavra você, afinal, eu escrevo - vc”. É o que pensa grande parte dos jovens. Na internet não há tantas regras que precisem ser respeitadas. O que eles escrevem e do modo como escrevem, a rede inteira vai entender.

Esses pontos de acesso (as lan-houses) não só facilitam o acesso à informação, mas a inclusão digital, resultado da inclusão social. Os preços que são cobrados para o acesso, são relativamente baixíssimos e não viola em nada o orçamento doméstico.

Você que tem acima de 30 anos, a internet já passou a fazer parte da sua vida, não foi? Se você está lendo este texto é porque aprendeu a acessar um site, pesquisar na internet. A informatização é um processo cada vez mais intenso. Surge a necessidade de adaptação de todas as partes. É preciso que todos saibam mexer – mesmo que seja o básico, com o computador. No ambiente de trabalho, tornou-se um ferramenta indispensável.

Cabe agora às escolas transformar a sala de aula em um ambiente mágico, o professor precisa estar “ligado” com as inovações tecnológicas e científicas. E este trabalho não pode ser feito com um único crédito. Precisa ser integrado.

 

Agora é sua vez. Deixe sua opinião abaixo sobre as inovações tecnológicas. Diga como estas ferramentas começaram a fazer parte da sua vida. Se é professor, conte como usa em sala de aula. Vamos compartilhar experiências? 

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Agradecimento dos depoimentos

Domingos Santiago | 29/04/2011

Sou o responsável pela criação do site da escola. Foi um trabalho enorme construir este espaço. Mas o fiz com muita dedicação, paciência e sobretudo com muito amor.

O que eu sou? Bem. Só um ex-estagiário. Infelizmente, estagiário tem contrato. E o meu já acabou há muito tempo.
Quero dizer que é uma satisfação ter criado este espaço e ter visto que as pessoas gostaram e estão parabenizando pela iniciativa.

Vale lembrar que a Escola Municipal Córrego da Bica foi uma das pioneiras da criação de espaço/web na cidade do Recife. Nossa iniciativa, que foi encabeçada por mim, foi se popularizando e muitas escolas já aderiram a este movimento da "Escola Conectada" - como é possível ver no menu "SITES E BLOGS".

Aí eu reuni todos os sites e blogs que fizeram referência à nossa escola. E não iria parar por aí, tinha muito mais.

Mas tive que partir, deixar este projeto de lado. Projeto este que sinto que está um pouco abandonado. Mas se todos mandarmos mensagens através do menu CONTATO, quem sabe este site volte a todo vapor.

Muito obrigado a todos pelos comentários positivios, e também às críticas. Me sinto feliz de ter podido participar deste projeto.

Novos conteúdos

Carlos Manfred | 10/03/2011

Vi que a escola criou este novo espaço que ficou muito bom, mas estou sentindo falta de novos conteúdos.

Defendendo os estagiários

V.S.S. | 03/12/2010

Todo mundo resolve se unir para falar mal do estagiário, como se ele fosse o culpado pelo estado da educação no Brasil.

Felicitar a la escuela

Estela Torres | 03/12/2010

Creo que esta es una buena escuela para la creación de un espacio en Internet donde la gente de cualquier parte del mundo puede dar su opinión. Google investiga algo más y encontré este sitio. Enhorabuena.

Estela Rodriguez Torres
Cuenca-España

Não concordo

Marina dos Santos Almeida | 01/12/2010

Não acho que os estudantes estejam fujindo da sala de aula para ir às lan houses. É bem verdade que as salas de aulas hoje em dia estão diferente.
O professor é mau remunerado, as salas de aulas estão entregues aos estagiários. Não quero dizer que os estagiários são incompetentes, mas pelo amor de Deus, eles são apenas estudantes de faculdade. Não se compara ao professor bem preparado, que estudou para isso.

Se continuarmos a votar em governos que não estão nem aí para a educação, continuaremos assim, sem grandes perspectivas para o futuro da educação.

Re:Não concordo

Cassiano de Albuquerque | 03/12/2010

[b]

Sou professor da educação de jovens e adultos e se quanto é difícil e desistimulante para o aluno não ter recursos para manter as atividades. E não são recursos "tecnológicos" não. É o principal que falta - o material humano, pessoas comprometidas com a educação. Professores mais preocupados com o aprendizado. É aquela velha história: o professor finge que ensina, o governo finge que faz alguma coisa pela educação e os maiores prejudicados são os alunos - eles que são responsáveis pelo futuro da nossa nação.
A educação não dá voto pra ninguém, por isso é tratada desse jeito pelos governantes. Precisamos mudar este conceito. Mostrar para as pessoas que a educação deve ser a prioridade principal na vida, na carreira.
Antes também é preciso que os professores sejam mais comprometidos com o trabalho. Numa das turmas em que leciono, por exemplo, a maioria dos professores são estagiários. Estagiários são estudantes universitários. Ainda estão se preparando. Agora, porque o governo enche as salas de aula de estagiários? Porque é mais barato, prático, simples.
A educação fica refém de governantes e professores descompromissados com a educação. E o maior prejudicado nisto tudo é o aluno. Eles que irão ser a nação do amanhã e nós como professores precisamos ajudar estes alunos no melhor caminho. Ajudar nas escolhas.

Como CARLOS MANFRED colocou no seu comentário a seguinte frase de Jean Piaget:
"O professor não ensina, mas arranja modos de a própria criança descobrir. Cria situações-problemas".

Espero ter contribuído com a socialização da minha experiência.

Sobre o texto

Carlos Manfred | 30/11/2010

O texto está muito bem elaborado. O site está bem elaborado. Parabéns. Sobre o texto, lá vai a minha contribuição:
- Este é o retrato da educação brasileira atual: o tal copy-cola.
- Não é nada fácil educar tendo uma lan-house como principal adversária.
Na minha experiência já lidei com situações parecidas. As "lan-houses" não devem ser vistas como adversárias, mas podem ser uma ótima aliada. Por exemplo, um professor pode pedir um trabalho online. Um mesmo assunto discutido num fórum de uma comunidade. Além de usar o orkut, os estudantes podem usar o orkut (principal meio de entretenimento) para fazer as atividades de casa.

Acredito que a interação deve acontecer deste jeito. Mas precisamos também de professores e governantes realmente comprometidos com a educação. Não podemos esperar que os estudantes fujam da sala de aula sem investirmos em educação, tecnologia e comunicação.
Os estudantes precisam se sentir parte de algo realmente importante e que principalmente vai mudar sua vida: cultural e socialmente.

É um desafio baita grande este, mas as forças precisam estar unidas: pais, professores, sociedade, estudantes e governo (não necessariamente nesta ordem). Jean Piaget diz: "O professor não ensina, mas arranja modos de a própria criança descobrir. Cria situações-problemas". É assim que a nova geração de professores deve pensar. Esquecer a decoreba dos livros e partir para a prática. Motivar e incentivar o estudante.

Parabéns à escola que abriu este espaço para a contribuição de pessoas sobre a educação. Realmente estão de parabéns.

Re:Sobre o texto

Karla | 30/11/2010

Carlos, concordo com o que você disse. Realmente é compreensível que os estudantes fujam da sala de aula por ter uma sala de aula menos motivada.

Re:Sobre o texto

Cassiano de Albuquerque | 03/12/2010

O problema é que muitas escolas tem tudo este aparato tecnológico, mas não sabe e muitas vezes não tem vontade de usar.
Este material tecnológico, moderno, caro fica guardado em salas e ninguém pode usá-lo.
Só servem para mostrar ao MEC quando fazem visitas.

Mais compromisso meu povo, mais compromisso!!!

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